
Ele estava um pouco gordo. Aqueles dentinhos fininhos e numerosos devem-lhe dar trabalho, mas encontravam-se assustadores quando preenchiam aquele sorriso sem nexo. A cara branca era sustentada pelo seu colarinho vermelho do seu fato negro. Foi a ultima imagem que fiquei dele. Já bastava andar a ver os seus súbditos a passear impunemente à frente dos meus olhos segundos antes de acender as luzes.
Estas ideologias sem nexo, a flutuarem na nossa mente como sardinhas mortas e pestilentas no mar negro, têm que se organizar. Já basta sonhar e ter pesadelos sem autorização prévia do encarregado da obra mental. Quem despoleta isto? No outro dia pensei em culpar, esse tal de Froid ou Freud, mas descobri que faleceu sem autorização, e fiquei automaticamente sem bode expiatório.